Toda crise é passageira, por isso, cuide de sua saúde e preze em ter mais momentos de bem-estar.

A característica mais marcante de toda crise é que nos tira da zona de conforto, da área de segurança e nos força a criar soluções ou nos adaptarmos ao novo cenário.

É exaustivo receber notícias alarmantes o tempo todo porque somos expostos a uma carga de estresse tão intensa que não estávamos habituados.

Você conhece a Síndrome Geral de Adaptação? Esse é o nome científico do estresse, nomeado pelo médico endocrinologista Hans Selye. Veja resumidamente as fases do estresse:

• FASE DE ALARME: onde as primeiras reações de desgaste emocional ou reações mais intensas diante das situações.
• FASE DE ENFRENTAMENTO: o corpo é inundado por cortisol para ter resistência, ele se prepara para a luta ou fuga, com aumento de pressão arterial, os músculos incham e se enrijecem.
• FASE DE EXAUSTÃO: taquicardia, tremores no corpo e cansaço excessivo.

Se a mesma pessoa que passou por essas fases continuar sendo oprimida por problemas constantes, ela pode desenvolver a Síndrome de Burnout, onde nessa fase pode acontecer de órgãos vitais do corpo começarem a se desligar.

Um ano após o início da pandemia do Covid-19, aumentou muito os números de trabalhadores que desenvolveram a Síndrome de Burnout, principalmente em atividades de muita pressão e responsabilidade. Até mesmo pessoas que aderiram ao modelo home office, foram afetadas por esse esgotamento devido ao acúmulo de funções domésticas e laborais. A Síndrome de Burnout está correlacionada com a relação da pessoa com o trabalho, e entrou na Classificação Internacional de Doenças da OMS em 2019.

O tratamento pode ser conduzido por psicoterapia e dependendo da gravidade é indicado acompanhamento psiquiátrico com administração de medicação. Não hesite em buscar ajuda profissional se é o seu caso.

Separar as emoções do trabalho é algo impossível de fazer, mas as emoções podem ser reguladas, e com o desenvolvimento de autoconsciência de seus sentimentos é possível fazer escolhas sobre suas reações.

Abaixo estão algumas orientações que podem te ajudar a preservar sua saúde emocional:

1. Reavalie sua escolha profissional: você está em uma organização que valoriza as pessoas, que permite equilíbrio entre vida pessoal e profissional, que a pressão para resultados está em uma medida que não te afeta emocionalmente? Pense nisso.
2. Zele em ter boa qualidade de sono: a falta de sono traz prejuízos a longo prazo a saúde, o sono tem poder restaurador para o corpo e para a mente.
3. Faça exercícios físicos com regularidade: com certeza você já ouviu isso em algum momento da vida, mas não ignore essa recomendação. Sei que está difícil em realizar atividade fora de casa, mas arraste o sofá, faça um bom alongamento, dance, enfim, movimente-se.
4. Mantenha relacionamentos positivos: somos seres sociais, por isso, contar com pessoas positivas em nosso círculo de amizade nos ajuda a manter a qualidade de vida e a saúde emocional.
5. Alimente-se bem: deixe de lado o excesso de fastfood. Alimentando-se melhor você terá mais disposição para realizar atividade física e laboral, irá dormir melhor e se relacionar melhor com as pessoas.
6. Não subestime o poder da respiração: a respiração libera substâncias de bem estar e oxigena o cérebro, relaxa os músculos e baixa a frequência cardíaca, ajuda a controlar aqueles momentos de insegurança ou agitação.

Quero ressaltar a importância do item 4, a neurociência social (área desenvolvida nos últimos 15 anos) identificou que a conexão entre as pessoas (sistemas biológicos), ambiente social e comportamento podem influenciar uns aos outros, assim, você consegue se conectar e se “contagiar” com as emoções da outra pessoa. Portanto, se você se relaciona com pessoa positivas, agradáveis e otimistas poderá ser contagiado por sensação de bem-estar.