DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E O MERCADO DE TRABALHO

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O ingresso no mercado de trabalho é visto em nossa sociedade como um marco na vida de um indivíduo indicando que atingiu a fase adulta. Não é diferente para as pessoas com deficiência intelectual.

Algumas famílias encontram dificuldade em lidar com essa transição, por excesso de zelo e cuidados e por não conhecer as reais habilidades de seu ente querido. A educação fornecida pela família, o ambiente estimulante e os laços afetivos desenvolvidos ao longo da infância e adolescência da pessoa com deficiência intelectual serão determinantes para o seu êxito profissional.

No ambiente de trabalho serão desenvolvidas habilidades, novas amizades, fortalecimento da integração social, vivência de desafios a serem superados, além de permitir a conquista por mais independência, planejamento de vida pessoal/profissional e a descoberta de sua função na sociedade. Ocorre o desligamento da super proteção e cria-se o entendimento sobre seus direitos, deveres e tudo o que envolve a vida adulta.

A ideia de incapacidade fica para trás, a pessoa com deficiência intelectual passa a ser protagonista de sua história, muitos neste momento fazem planos de morarem com amigos ou constituir família. Muitos se surpreendem com as mudanças de atitudes positivas que as pessoas com deficiência intelectual assumem quando estão em um trabalho inclusivo.

A ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu em sua Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, em seu artigo 27, que todos tenham oportunidades iguais de trabalho. O Brasil conta com a lei de cotas: de acordo com o número de funcionários, até 5% das vagas das empresas devem ser reservadas para pessoas com deficiências. Porém, segundo o Ministério do Trabalho o número de pessoas com deficiência intelectual empregadas é menor em relação às outras deficiências, em levantamento realizado em 2013, foi apurado que elas representavam apenas 7% do total de pessoas com deficiência empregadas.

Por essa estatística, nota-se:

  • A real necessidade de sensibilização das empresas de incluírem em suas atividades laborais pessoas com deficiência intelectual;

  • A importância de a família estimular o ingresso no mundo do trabalho, fortalecendo a autoestima e autonomia;

  • A escola, família e empresas são elementos fundamentais para o preparo e desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual e devem andar juntas.

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“É preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Paulo Freire

A empresa pode tomar algumas medidas para facilitar o processo de contratação:

  • Conhecer as limitações da deficiência para adaptar as atividades às capacidades do novo funcionário;

  • Sensibilizar a equipe de trabalho para que todos ajam com respeito à pessoa, às suas limitações, ao tempo de realização das atividades que será diferente dos demais e ter disponibilidade para ensinar pelo exemplo (ensinar o que é hierarquia, chefia, que não pode atrasar ou faltar ao trabalho e que não pode se negar a realizar suas obrigações). É recomendado que a equipe seja orientada por um psicólogo.

  • A empresa pode fazer contato com a família ou com o profissional que realiza o acompanhamento terapêutico do funcionário para lidar com as dificuldades que possam surgir durante a convivência.

  • Definir com o novo funcionário suas tarefas e quais são de maior ou menor complexidade para que a empresa possa colaborar com o desenvolvimento profissional dele.

Oferecer oportunidade de trabalho para pessoas com deficiência é uma questão de cidadania. Todos nós devemos formar uma sociedade mais inclusiva.

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