Em pesquisa realizada pelo Linkedin, 45% dos profissionais omitiram de pessoas próximas que estão desempregados. Precisamos falar sobre desemprego.

Ainda hoje o assunto desemprego é um tabu em nossa sociedade, onde muitos profissionais associam o desemprego com baixo desempenho.

Muitos podem ser os fatores que geram o desemprego:

• Crise econômica que gera instabilidade no mercado: difícil prever uma crise, principalmente como a que estamos passando agora. Esse é um motivo que independe do trabalhador.
• Redução de custos das organizações: essa medida ajuda a manter a saúde financeira e a vida útil da organização. Muitas vezes a reestruturação do quadro de colaboradores faz parte do plano.
• Atividades automatizadas com a substituição por máquinas: quanto mais repetitiva for a atividade, mais propensa é a automação. Atividades que envolvam resolução de problemas complexos são as que têm menos possibilidades de automação.
• Busca por profissionais com mais conhecimentos técnicos: aqui está a importância de manter-se atualizado e estudando. Organizações mais estruturadas atualizam seus profissionais e investem em seu aprimoramento. Mas, essa não é a realidade na maioria das organizações no Brasil.
• Busca por profissionais que tenham a competência socioemocional desenvolvida: colaboradores que tem equilíbrio emocional e sabem se relacionar e cooperar com o time têm mais chances de permanecer no trabalho.

A pesquisa foi realizada entre outubro e novembro de 2020, foram ouvidos 2 mil profissionais que estavam desempregados. Vejamos os dados levantados:

• 55% dos profissionais mentiram que estavam desempregados por vergonha.
• 27% mentiram pela crença de que estar desempregado iria diminuir as chances de encontrar outro emprego.
• 36% declararam estresse e preocupação por não encontrar oportunidades de trabalho.
• 30% declararam estarem confusos pela falta de retorno dos processos seletivos
• 17% declararam sentimento de derrota e rejeição por não passar nesses processos.
• 48% não se candidataram a vagas por julgarem que não eram qualificados.
• 41% fizeram cursos gratuitos para melhorar a qualificação.
• 38% afirmaram que trabalham informalmente.
• 29% realizam freelancer ou aceitaram trabalhos de regime temporário.

Podemos perceber com base nesses dados que:

• Os profissionais estão inseguros em declarar sua real condição de falta de trabalho.
• Que na realidade, omitir essa informação, diminui as chances de conquistar uma oportunidade de trabalho dentro de seu networking.
• Que a motivação dos profissionais está em baixa e crenças limitantes os impedem de valorizar suas trajetórias, experiências, conhecimentos e habilidades.
• Que os Recursos Humanos das organizações ainda falham em não dar retorno dos processos seletivos, privando os candidatos de identificarem seus pontos de melhoria para poderem se aprimorar e conquistar uma próxima oportunidade.
• O cenário atual é delicado e muitos profissionais migraram para a informalidade ou freelancer para poderem garantir seu sustento.

Para aumentar as chances de recolocação:

• Volte a estudar: o profissional que o mercado procura está em constante atualização.
• Especialize-se: com conhecimentos para resolução de problemas específicos e complexos têm mais possibilidades de admissão.
• Desenvolva sua competência socioemocional: saber lidar com pessoas, ter autocontrole emocional e trabalhar de maneira cooperativa são diferenciais importantes nos processos seletivos. Sugiro a leitura de “Emoções Aplicadas à Liderança” para conhecer mais sobre como lidar com suas emoções e se conectar com as pessoas.